sábado, 2 de julho de 2011

sobre Kafka




Segundo minha memória, li o nome Franz Kafka pela primeira vez aos 15 anos de idade, por motivos de trabalho. Eu estava trabalhando, fazendo faxina no apartamento de uma professora aposentada, tirando o pó da biblioteca do apartamento, quando de repente... um livro largado sobre uma mesa. A capa trazia uma figura que me cativou imediatamente: um boneco títere.

Foi como uma pedrada leve na testa: não me machucou, mas me despertou para o exterior. Larguei a faxina por uns segundos e abri o livro. Li a biografia breve do autor. Entendi porque aquele nome me era esquisito: o sujeito era tcheco. Enfim, não era brasileiro... Mas isso só ajudou na simpatia com aquele livro... pois eu também me sentia estrangeira no meu país natal, em pleno ano de 1984.


Se eu quisesse dar um andamento progressivo àquele tumulto que o títere e a biografia de Kafka me causaram, eu poderia pedir o livro emprestado. Minha patroa era gente fina; não só me emprestaria o livro como ficaria orgulhosa de mim por eu querer ler Kafka. Mas eu era tímida demais; não tinha coragem de fazer pedidos.


Adiei a leitura. Poucos anos depois encontrei aquele mesmo livro num catálogo de livros que me chegou sei lá como. Comprei-o e li : O PROCESSO.


"O processo"... é o tipo de romance que nunca se lê numa praia, por exemplo. É o tipo de romance que exige coragem para fechar os olhos... de fato.




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