quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Educadores - parte II - HELOISA MARTINS ALVES


Conheci a Heloisa também nos meios literários. E logo soube que ela vem realizando um lindo trabalho de aproximação entre adolescentes e literatura. Na escola onde Heloisa trabalha, a estadual Otoniel Mota, ela desenvolve um projeto onde os alunos estudam um dado autor e depois criam seus próprios poemas com base nesse estudo. O resultado é a criação de um livro de coletâneas dos alunos, o "Combinando Palavras". Autores como Murilo Mendes e Vinícius de Moraes já foram alvo dos estudantes. Na última edição, os alunos fizeram a releitura da obra de um escritor de Ribeirão Preto, Nelson Jacintho. Mas Heloisa não está sozinha no projeto: Ricardo Franzin e outros professores do Otoniel trabalham na criação do "Combinando Palavras".

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Educadores - parte I - MARIS ESTER


Devido ao meu envolvimento no mundo literário de Ribeirão Preto, há anos venho conhecendo alguns educadores que me despertam admiração simplesmente porque prestam um grande serviço a nós escritores: eles incentivam seus alunos no hábito da leitura, ou seja, eles produzem futuros leitores (e certamente alguns futuros escritores).

Assim, decidi ocupar esse meu blog com a apresentação desses mestres. Nesta primeira parte apresento Maris Ester Souza, poeta, professora e presidente da "Casa do Poeta". Conheci Maris nas rodas literárias e constantemente tomo conhecimento de suas iniciativas na Educação. Aqui vou reproduzir um dos últimos eventos que ela promoveu, segundo o depoimento da poeta Eliane Ratier.

Maris Ester comanda sarau

Maris Ester, escritora membro da UBE, presidente da Casa do Poeta de Ribeirão Preto e responsável pela sala de leitura da escola estadual Diva Tarlá, em Ribeirão Preto, junto com a profa Érika, bibliotecária da escola e com o apoio da direção, realizou em 27 de outubro mais um emocionante sarau nas dependências da escola.
Desta vez aceitei o convite e fui ver de perto como acontecem os milagres.
O "Diva" é uma escola pública que fica em bairro afastado da cidade, e lá , como em qualquer parte, há talentos que brotam e se desenvolvem sob o olhar atento de seus mestres descobridores, que lhes oferecem oportunidades.
Fomos recebidos com respeito e honras de lugares privilegiados,a atenção de textos declamados especialmente escolhidos, direito à fala, e até presente.
Tudo absolutamente pequeno perto do espetáculo oferecido, de gente interessada e produtiva, sequiosa deste tipo de entretenimento"alternativo".
Saímos de lá presenteados por todo o talento vislumbrado, pela vibração e entusiasmo dos participantes, e pelo envolvimento recompensado dos organizadores.
Estivemos, eu , Carlos Roberto Ferriani e Nelson Jacintho, ubeenses,a prestiar o evento.
Brindo à Maris pela sua dedicação e empenho. Saúde!

por Eliane Ratier

terça-feira, 22 de novembro de 2011

trecho de A PERFORMANCE

romance em revisão:

"A consciência da rejeição não era coisa nova na vida do nosso artista. Contudo, por muito tempo a condição masculina o deixara confortável e confiante. Era talvez a sua única segurança: ser homem. Assim, Elídio desviara-se de várias formas dos efeitos da rejeição. O problema é que, em relação à condição feminina, escolhera ser um homem fraterno com ela e solidário com a política das igualdades. Essa escolha foi o que moveu sua relação com Amanda. No momento em que ainda digeria o fato de Amanda não corresponder à sua visão de mundo, como ele acreditava, Elídio também se desconhecia como homem. Desconhecia-se como homem, embora mantivesse clara a sua identidade própria. O artista era declaradamente o mesmo de antes; mas o homem surgia devagar, descobria-se muito lentamente à medida que percebia os enganos cometidos contra seu semelhante. Amanda não lhe saía dos sentidos um só instante desde que o abandonara. A dúvida e a inquietação ainda estavam presentes no coração de Elídio Patrezzi, como uma sentença, como um anjo julgador que exige uma resposta, uma explicação. O mistério contido no engano cometido em relação a Amanda poderia, quem sabe, revelar o mistério do homem Elídio. Eis o que o artista desejava: desvendar o mistério do homem Elídio, e com isso, reafirmar tudo aquilo em que realmente acreditava antes da realidade apresentada pela separação, antes de sumir a força para existir no mundo. Ele queria, enfim, voltar a sonhar com a justiça".

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Congresso da UBE foi realizado


Estou reproduzindo aqui o artigo de Régis Martins para o Jornal A CIDADE, versão on line. A foto é de Matheus Urenha, do mesmo jornal

Congresso de escritores termina nesta terça-feira em Ribeirão
Palestras de Frei Betto e Affonso Romano de Sant’Anna tiveram público recorde na tarde desta segunda-feira

Público acompanha a palestra de Affonso Romano de Sant’Anna, no Congresso da UBE
Ao contrário da Fliporto (Feira Literária de Olinda), em que polêmicas políticas conseguiram desviar o foco da literatura, o 3º Congresso da União Brasileira dos Escritores, que termina nesta terça-feira (15) em Ribeirão Preto, correu na mais perfeita harmonia.

E o balanço parcial parece ser de otimismo quanto ao futuro do livro e da profissão de escritor no Brasil. Pelo menos é o que garante o escritor Menalton Braff, diretor de Integração Nacional da UBE. "Raramente Ribeirão Preto assistiu a discussões com esse nível como agora. Algo que foi muito além de nossas expectativas", diz.
Menalton não tem ainda o número de participantes do evento, mas afirma que todas as atividades que ocorreram nestes quatro dias tiveram um público muito bom.

Em palestras de ‘estrelas’ como Frei Betto e o poeta Affonso Romano de Sant’Anna, ambas realizadas nesta segunda-feira (14), muitas pessoas ficaram de fora, tamanha a procura. "Affonso fez uma palestra sensacional, Falou sobre a leitura no mundo. Os vários tipos de analfabetismo e os vários tipos de leitores. Foi muito aplaudido", ressalta Menalton.
Para ele, a participação maciça de escritores de todo o país inscritos nas várias atividades do congresso comprova o interesse das pessoas em se atualizar e discutir temas oportunos sobre o ato de escrever. "A tônica do Congresso é acabar com o isolamento do escritor", afirma.

Núcleos

Não por acaso, Menalton coordenou nesta segunda-feira uma conferência que tratava da descentralização das atividades da UBE. Atualmente, explica o escritor, os núcleos da entidade espalhados por todo o país desenvolvem atividades literárias que podem ser divulgadas pela internet por meio de blogs. "Isso tem motivado para que os escritores sejam sujeitos culturais em suas cidades. Com isso, queremos que os acontecimentos de qualquer região tenha repercussão nacional", diz. Essa rede interligada vai de encontro com o tema do 3º Congresso: "A escrita é um ato isolado. Mas o escritor não precisa estar isolado".
Nesta terça-feira vai ser divulgada uma espécie de "Carta de Ribeirão Preto", que vai apontar os temas mais discutidos no evento e as reivindicações mais relevantes. "O congresso trouxe para Ribeirão, tudo o que ocorre no país em termos de literatura. Isso foi muito importante para a cidade", comenta.

Escritores de renome se reuniram na Uniseb/Coc desde o último sábado para debater temas como direito autoral, o relacionamento entre autores e editoras e o papel do governo no fomento da cultura. Entre os escritores presentes, além de Affonso Romano e Frei Betto, nomes como Betty Milan, Pedro Bandeira, Gabriel Chalita, Deonísio da Silva, Mouzar Benedito e Fernado Morais.
O último encontro foi realizado em São Paulo, em 1985. O professor Antonio Candido é o único remanescente dos dois primeiros eventos - o primeiro foi em 1945. "Eu participei do evento de 1985 e posso te dizer que o entusiasmo hoje é bem maior", garante Menalton.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

lançamento TANTAS PALAVRAS


Caros amigos,

Durante o Congresso da UBE (União Brasileira de Escritores), que acontece de 12 a 15 de novembro próximos, em Ribeirão Preto, haverá o lançamento da antologia de contos e crônicas TANTAS PALAVRAS, organizada pelo escritor Antonio Luceni. Estou participando dele com o conto "Cabine de Comando".

Segue aqui o convite para o lançamento enviado por Luceni

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

mais uma manhã de autógrafos no Clube de Regatas de Ribeirão


REGINA BAPTISTA NA BIBLIOTECA DO CLUBE DE REGATAS
Clube de Regatas 3 de novembro de 2011


A escritora Regina Baptista , realizará manhã de autógrafos de seu livro, “Ato Penitencial”, na Biblioteca do Clube de Regatas, no domingo, dia 20 de novembro de 2011, das 10 às 11 horas da manhã.

Sua presença será a 44ª de uma série, que o conselheiro e colaborador, escritor Antônio Carlos Tórtoro, tem levado ao Regatas, no 3º. domingo de cada mês, com o objetivo de incentivar a leitura e apresentar aos regateiros os escritores de Ribeirão Preto e região.

Regina Baptista nasceu em São Joaquim da Barra-SP, em 1968. Mora em Bonfim Paulista-SP desde 1977. Graduada em Ciências Sociais desde 1996, publicou o romance “Cárcere Privado”, em 2007 e uma coletânea de pequenas narrativas, “Mundo Suspenso”, em 2009. Participou com o conto “Beth e Fred” da antologia “Elo de Palavras”. Entre os títulos inéditos está o romance “Ato Penitencial” publicado em 2011. É associada à UBE – União Brasileira de Escritores.

Ato Penitencial.

Teve uma primeira versão escrita em poucos meses de 2006. Ao longo dos últimos cinco anos essa versão foi revista de vez em quando, mas só sofreu alterações bruscas no segundo semestre de 2010. A estrutura inicial, porém, é a mesma do princípio: o protagonista-narrador, Padre Fausto, é um líder religioso comunitário, que narra sua vida a partir de uma tragédia na infância e como as conseqüências dessa tragédia o levaram ao sacerdócio. Ao longo da narrativa Fausto revela que não suporta mais o peso da responsabilidade de conduzir a massa de fiéis, pois sabe que é movido mais pelas circunstâncias da vida do que pela fé. Diante desse reconhecimento o demônio Asmodeu se aproxima de Fausto para propor um negócio. Mas enfrenta resistência do padre, que alega não ter alma para vender.