quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O circo de horrores

Diário de Estefânio Marchezini

13 de agosto de 2005

O tempo que perco com pessoas, fatos e suas consequências não me retornará na forma de nada que seja vital, ao contrário, só prejudica os possíveis esforços que faço para me manter íntegro. Pois esse tempo quase sempre é preenchido por um pensamento contaminado pelas próprias circunstâncias que prezam e anseiam pelo meu deslocamento até aquelas pessoas, fatos e suas consequências, de modo a ganhar minha adesão ou derrotar a minha postura, de acordo com o que minha figura representa naquele porco ringue de lutadores mascarados.
E eu, lamentavelmente, mesmo percebendo tudo, acabo me deixando tomar pela mão suja de lama dos patrocinadores do circo.
Quero me libertar desse sentimento. Quero parar de pensar com raiva; quero deixar que conspirem contra mim, que me julguem à minha revelia. Que se dane tudo! Não há nada aqui, nesse mundinho de adolescentes metidos, que possa me servir ao crescimento. E o que pode parecer nocivo a mim, só o será se eu assim o considerar; e eu só o considerarei se cair na armadilha do sistema dessa turma.
Devo ser portanto como o romântico, o ingênuo, o esquizofrênico, ou o egocêntrico. Devo ser só!

3 comentários:

  1. tudo o que vemos ou vivemos nos serve de parâmetro do que queremos ou não queremos, então mesmo que naveguemos por entre lama e lixo, escolhemos a direção que pode ser contra a corrente.
    Muito inspirador teu blog, Regina, parabéns, e parabéns pela conclusão de mais um romance, espero por ele. Beijo

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  2. Eliane, obrigada pelas palavras sempre motivadoras. Beijos

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  3. Eliane, quanto ao protagonista de CHRONOS (Estefânio, que fala em 1a. pessoa), talvez ele represente um desencanto muito pesado. Não sei se o livro conseguiu dar conta desse peso com "maestria". Só continuando a publicação para saber a opinião de vocês.
    Beijo

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