sábado, 10 de abril de 2010

uma pausa na história de Estefânio, para eu falar de outros romances que estão em andamento

A POLÍTICA SEGUNDO DANI SCARPINI
O grande conflito que move o enredo é o abalo de Dani Scarpini depois do fim de uma relação amorosa breve mas intensa. Enquanto tenta se desvencilhar de tal sofrimento, Dani vive um cotidiano sem grandes emoções: ganha a vida trabalhando numa imobiliária e à noite, depois do expediente, visita um bar onde faz amizades e procura alguém que substitua o amor perdido.
Em casa, Dani vive, não numa família nuclear, mas num clã. A propriedade dos Scarpini abriga tanto a casa onde Dani mora com a mãe como outras três casas de irmãos de seu falecido pai. Essa família, descendente de italianos (como muitas famílias de Bonfim Paulista), é formada por pessoas excêntricas e um tanto quanto exóticas, herdeiros de empreendimentos decadentes. Essas pessoas são fortemente marcadas por traços de tradições diversas: ruralista, benzedeira, circense; além de incluir parentes “positivistas”, aqueles que lutam para livrar as novas gerações dos entraves do passado (tradições e excentricidades que comprometeram a prosperidade da família) e que procuram orientar esses novos Scarpini no rumo de uma vida mais racional, sóbria e empreendedora.
Enquanto assiste à luta familiar entre loucos e positivistas, Dani acompanha uma trajetória eleitoral onde sua mãe e outros parentes, por serem populares no distrito de Bonfim Paulista, são convidados a participar da campanha de um partido nas eleições municipais de 2008. Dani condena tal envolvimento porque percebe que a mãe está sendo usada. Mas não consegue se fazer escutar e nem diminuir o entusiasmo dentro do clã em relação às promessas dos candidatos e do ambiente político eleitoral.
Enquanto isso, no ambiente noturno do bar, os namoros, as amizades, a sedução e a boemia, são para Dani ingredientes de outra luta, uma luta discreta onde estão envolvidos valores, discursos, maneiras, costumes, domínios diversos, preconceitos, estética, competições, obsessões, desilusões.
Toda essa variedade de lutas vai construindo a concepção de poder de Dani Scarpini.

PUNHO DE AÇO
Téo mora de favor numa casa paroquial. Por ela passam vários hóspedes que Téo recebe sem problemas.
Mas um dia a casa recebe a figura de um homem, um enfermeiro, que transformará a vida de Téo num inferno. Esse homem, que a princípio é recebido como uma graça, com o tempo passa a exercer sobre Téo uma estranha força: sem nenhum propósito muito claro para Téo, o enfermeiro passa assediá-lo de maneira implacável. Sempre que tem oportunidade e sob diversas formas faz referências à condição de Téo como beneficiário da igreja, como que zombando de sua natureza passiva, dependente e até certo ponto, anulada.

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