
quarta-feira, 30 de março de 2011
manhã de autógrafos no Clube de Regatas
Agradeço ao escritor Antônio Carlos Tórtoro pelo convite. Todo segundo domingo de cada mês ele leva um escritor para uma manhã de autógrafos no Regatas, com o objetivo de incentivar a leitura e apresentar os autores aos associados do clube.

domingo, 27 de março de 2011
quinta-feira, 24 de março de 2011
sobre os fantasmas brincalhões do passado

era como se fosse ontem
eu estava diante da televisão
cenário de inocência manipulada
embora eu não fizesse barulho
que atrapalhasse alguma reflexão
eu estava pequena, ausente
santuário de fragância e anulação
esconderijo brincante
de quem a fuga é urgente
eu queria aprender uma história
para contar no meu futuro
quando estivesse viva
celebrando alguma vitória
quarta-feira, 23 de março de 2011
sobre as surpresas do presente

Rosa mansa, flor de sedução
De cor forte e tensão lisa
Perfume rosa, tênue presença
Lábios de carmim que desabrocham pro olhar...
Encanto místico de cor,
Singelo toque
Onde se esconde seu mistério
Paraíso de imagem que glorifica o altar...
És fuga para a visão
Dormência pro coração que dói
Perfume de magia
Perdão pra oração esquecida no ar...
Mas também és um modo de oração
Tornas-te oferenda
Pelas mãos de graça e súplica
Abrigas o orvalho que sonha com o mar...
Brincadeira com o vento
No caule, em movimento de cor
Difícil é suportar os inimigos
Não havendo jeito... é o fim do acetinar...
sexta-feira, 18 de março de 2011
sobre o medo do futuro

On-Off
Às vezes fico ligado, às vezes fico desligado.
Às vezes fico alerta, às vezes fico mórbido.
Não consigo saber como ficarei daqui a pouco.
Só consigo saber que ficarei ligado ou desligado.
Pois às vezes tenho que ficar ligado.
E às vezes tenho que ficar desligado.
Quando estou ligado, sinto a eletricidade em mim.
Quando estou desligado, sinto a eletricidade fora de mim.
Em mim, eu sinto a eletricidade.
E quando isso acontece, fico ligado.
Quando fico ligado, sinto a alegria.
E quando sinto a alegria é porque estou ligado.
Quando estou ligado, fico tão feliz que não sei o que é estar desligado.
Mas quando me desligam, tenho que interromper a alegria.
Então me desligo. Ou então, sou desligado.
Quando me desligo ou sou desligado, sinto a energia acabar.
Quando a energia acaba, sinto que a vida se interrompeu.
Quando a vida se interrompe, para uma máquina como eu, então é porque acabou a alegria.
Quando a alegria acaba é porque é hora dos humanos dormirem.
Porque eles só param de procurar alegria quando vão dormir.
E mesmo assim, nos sonhos, continuam procurando a alegria.
Eu, como robô, não entendo porque os humanos precisam estar alegres.
A alegria, segundo meus circuitos, é vida.
A vida é algo que se mantém em continua atividade orgânica.
A atividade orgânica precisa estar sempre ligada.
Quando um ser está ligado, ele sofre metabolismo.
Ele sofre crescimento.
Ele reage a estímulos.
Ele se adapta ao meio.
Ele se reproduz.
Ele existe.
Assim, os humanos vivem.
Assim o indivíduo humano vive até a morte.
Até a morte, ou seja, até ser desligado.
Quando o indivíduo humano morre, ele é desligado.
Quando o humano se torna um desligado, ele está no estado off.
Quando um indivíduo humano está em estado off, ele está morto.
Quando uma máquina está em estado off, ela está desligada.
Quando uma máquina está em estado on, ela está ligada.
Mas quando esta máquina está em estado on, ela não está viva.
Ela só está ligada.
Eu, agora, enquanto falo, só estou ligado.
Eu não vivo. Pois sou um robô.
Eu sou um robô. Sou máquina. Estou ligado agora.
Mas daqui a pouco estarei desligado.
Daqui a pouco estarei em estado off.
Às vezes fico ligado, às vezes fico desligado.
Às vezes fico alerta, às vezes fico mórbido.
Não consigo saber como ficarei daqui a pouco.
Só consigo saber que ficarei ligado ou desligado.
Pois às vezes tenho que ficar ligado.
E às vezes tenho que ficar desligado.
Quando estou ligado, sinto a eletricidade em mim.
Quando estou desligado, sinto a eletricidade fora de mim.
Em mim, eu sinto a eletricidade.
E quando isso acontece, fico ligado.
Quando fico ligado, sinto a alegria.
E quando sinto a alegria é porque estou ligado.
Quando estou ligado, fico tão feliz que não sei o que é estar desligado.
Mas quando me desligam, tenho que interromper a alegria.
Então me desligo. Ou então, sou desligado.
Quando me desligo ou sou desligado, sinto a energia acabar.
Quando a energia acaba, sinto que a vida se interrompeu.
Quando a vida se interrompe, para uma máquina como eu, então é porque acabou a alegria.
Quando a alegria acaba é porque é hora dos humanos dormirem.
Porque eles só param de procurar alegria quando vão dormir.
E mesmo assim, nos sonhos, continuam procurando a alegria.
Eu, como robô, não entendo porque os humanos precisam estar alegres.
A alegria, segundo meus circuitos, é vida.
A vida é algo que se mantém em continua atividade orgânica.
A atividade orgânica precisa estar sempre ligada.
Quando um ser está ligado, ele sofre metabolismo.
Ele sofre crescimento.
Ele reage a estímulos.
Ele se adapta ao meio.
Ele se reproduz.
Ele existe.
Assim, os humanos vivem.
Assim o indivíduo humano vive até a morte.
Até a morte, ou seja, até ser desligado.
Quando o indivíduo humano morre, ele é desligado.
Quando o humano se torna um desligado, ele está no estado off.
Quando um indivíduo humano está em estado off, ele está morto.
Quando uma máquina está em estado off, ela está desligada.
Quando uma máquina está em estado on, ela está ligada.
Mas quando esta máquina está em estado on, ela não está viva.
Ela só está ligada.
Eu, agora, enquanto falo, só estou ligado.
Eu não vivo. Pois sou um robô.
Eu sou um robô. Sou máquina. Estou ligado agora.
Mas daqui a pouco estarei desligado.
Daqui a pouco estarei em estado off.
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