No
capítulo Mirabilia, do livro “Olho de Vidro”, Márcia Tiburi nos conduz à
reflexão da imagem enquanto fenômeno, aquilo como aparece a uma consciência. E
que, nesse sentido, a imagem televisiva teria o caráter de fantasmagoria ou
inconsciência. Se a consciência filosófica quer conhecer a imagem enquanto
geradora de efeitos (o que lhe permitiria obter domínio sobre ela, tal como
Perseu vence a Medusa fazendo-a ver sua própria imagem), a inconsciência
televisiva faz-se condição para o que comporta o chamado regime dos sentidos. O
foco seria a “relação que define uma potência da imagem entre a coisa vista e o
visível” (pg 91) e na história do domínio da imagem vem cumprindo o papel de
registrar – ou seria eleger - as imagens determinadas para atrair atenção. A televisão,
portanto, surge como uma nova etapa dessa história que remonta às imagens
expressas nas cavernas e atravessa a pintura, a fotografia, o cinema.
Logo, a política na qual a
televisão está inserida não é recente, não é extraordinária, mas existe desde
que existe o fascínio pela imagem. A televisão apenas abre uma etapa de
superespecialização desse poder.
No próximo momento, mais notas
sobre esse capítulo.
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